Tanto do ponto de vista fisiológico, como do emocional, existem diferenças significativas entre o homem e a mulher no tocante à sexualidade. Essas diferenças não são ruins, pelo contrário, elas podem complementar o que falta ao outro parceiro.
O orgasmo ou gozo é o ápice numa relação sexual. Ocorre quando o prazer chega a um momento de intensidade máxima. Ele é diferente para cada pessoa, mas algumas sensações são mais recorrentes no homem ou na mulher.
Na relação sexual, cada um tem que buscar formas de alcançar o prazer, desde que não machuque a si e nem ao parceiro/a, tanto física como emocionalmente.
O ORGASMO DA MULHER
O orgasmo, ou gozo, chega para a mulher depois de um tempo de carícias e jogos sexuais, e esse tempo é bastante variável para cada mulher. (Também é diferente para o homem, que em geral se excita mais rapidamente que a mulher). Na medida em que a intensidade da relação sexual vai aumentando, a mulher vai ficando mais excitada.
Chega um momento em que alcançará o auge dessa excitação e isso poderá se manifestar como uma sensação forte de entrega, um aumento da pulsação e dos batimentos cardíacos, contração da vagina e dos músculos que circulam a vagina, um arrepio pelo corpo, um tremor na barriga, aumento do suor e dilatação das pupilas.
Essas são as sensações comumente sentidas pelas mulheres ao alcançarem o orgasmo. Dependendo da mulher, poderá ocorrer uma ou mais dessas sensações, ou até outras reações que não são tão freqüentes.
A MULHER EJACULA?
Embora haja muita discussão sobre se a mulher ejacula ou não, do ponto de vista fisiológico a mulher não ejacula. Pois a ejaculação masculina é a liberação do semem (espermatozóides) que são os componentes masculinos que têm por finalidade fecundar o óvulo da mulher.
O que pode ocorrer é o seguinte: a mulher possui glândulas secretoras de líquido lubrificante (o que a torna “molhadinha” quando está excitada); esse lubrificante pode se acumular e com o aumento da excitação e a conseqüente contração da vagina no momento do orgasmo, pode ser liberado em maior quantidade.
Pode ocorrer durante ou logo após o orgasmo. Mas não ocorre para todas as mulheres.
O ORGASMO DO HOMEM
Para o homem, o orgasmo traz evidências mais concretas, pois é acompanhado de resposta fisiológica clara: a ejaculação. Também o homem pode sentir o aumento dos batimentos cardíacos, aumento do suor, e ondas de tremor pelo corpo, indicando grande prazer.
Porém o mais significativo para a percepção do orgasmo dele é a ejaculação.Algumas práticas de yoga tântrica (prática oriental) pressupõem a possibilidade do homem atingir o orgasmo sem ejaculação.
Na origem dessa prática está a idéia de que a retenção do semem (não ejaculação) aumentaria a força vital do homem. Quando alguns homens não chegam a ejacular, não significa que não tenham tido prazer. E existem também os casos de ejaculação precoce, ou seja, a ejaculação se dá muito rapidamente.
Mas esse é um assunto que vamos discutir futuramente.Ocorre que no homem é possível se ter um indício claro, fisiológico, de que atingiu o orgasmo enquanto que na mulher não.
Por isso, existe tanta dúvida sobre o fato da mulher ter ou não atingido o orgasmo. Pesquisas indicam que muitas mulheres fingem ter atingido o orgasmo para evitarem decepcionar os parceiros/as, ou até para concluir o ato sexual, uma vez que estão tendo dificuldades para gozar.
O TEMPO
Esse fator é bastante variável, pois depende do momento e varia de casal para casal. Freqüentemente a mulher demora mais tempo que o homem para atingir o orgasmo. Isso acaba indicando ao homem que ele deva procurar retardar o seu orgasmo, uma vez que logo após a ejaculação ele começa a perder a ereção.
Um mito que está associado ao desempenho sexual é que o orgasmo deveria ser simultâneo, ou seja, ocorrer ao mesmo tempo. Isso dificilmente acontece, pois apesar do casal procurar o mesmo ritmo, as respostas de cada um são individuais, e o momento do orgasmo é único para cada um.
Reforço que o mais importante é procurar ter um caminho pela relação sexual com muito prazer, e não se atingir performances previamente determinadas. Ao buscar um desempenho pré-estabelecido um ou ambos parceiros tendem a aumentar a ansiedade, o que, nesse caso, traria conseqüências dificultadoras para se sentir prazer e atingir o orgasmo.Além disso, nenhum parceiro é responsável pelo orgasmo do outro.
Também essa idéia está associada ao desempenho pré-estabelecido. A disposição para a troca, para a entrega, para o carinho será muito maior na medida em que ela for espontânea e não comprometida com um comportamento imaginado.
AS VARIAÇÕES DO ORGASMO FEMININO
O orgasmo é uma experiência corporal e emocional que é atingida no momento máximo da excitação sexual. São descritas algumas diferentes formas de orgasmos para a mulher, tais como :
orgasmo clitoridiano :
que é o orgasmo atingido quando acontece grande estimulação do clitóris. Isso pode acontecer com sexo oral, manipulação com a mão, com um vibrador ou algum objeto. O clitóris é um órgão muito enervado, o que o torna muito sensível à estimulação. É o tipo de orgasmo mais freqüentemente alcançado pelas mulheres.
orgasmo vaginal :
é o orgasmo atingido com a penetração. Não é tão freqüente quanto o clitoridiano. Na penetração pode ocorrer a pressão sobre o ponto G, o que pode ampliar as sensações de prazer e levar a um orgasmo mais intenso.
orgasmos múltiplos :
ocorrem quando a mulher experimenta uma seqüência de pequenos orgasmos, tendo no total uma maior duração de tempo.Além dessas formas mais freqüentes de orgasmo, outras formas também são possíveis. O sexo anal pode ser a preferência de algumas mulheres que podem atingir orgasmo dessa forma, especialmente porque a posição favorece a manipulação do clitóris.
Muitas mulheres, no entanto, não apreciam esse tipo de relação. Isso deverá ser respeitado por elas mesmas e por seus parceiros.Outras mulheres experimentam orgasmo com a manipulação dos seios e mamilos.
Enfim o orgasmo pode ser atingido com qualquer grande estimulação de alguma área excitável. Ele fica mais possível quando há uma entrega às sensações e ao parceiro/a. Antes de tudo, o orgasmo não deve ser a expectativa máxima de uma relação sexual.
O encontro sexual pode e deve ser vivido em todas as suas etapas.
O orgasmo é mais uma de suas etapas. Como é um momento de forte intensidade é muito valorizado. Mas todas as fases de uma relação sexual devem ser vividas. E quanto maior for a entrega nas fases que antecedem o orgasmo mais ele se torna possível.
A ansiedade é uma inimiga do relaxamento e entrega que podem ser conseguidos na relação sexual. E quanto mais você ficar ansiosa para atingir o orgasmo mais você vai estar dificultando a possibilidade de atingi-lo, pois não vai conseguir relaxar e se entregar verdadeira e espontaneamente à experiência.
O mais valioso na relação sexual é poder vivê-la por completo, com a maior harmonia possível com o parceiro e a melhor condição de entrega para a experiência. O que quero dizer, nesse caso, é que é mais importante o caminho do que o destino. Se o seu destino, ao se relacionar sexualmente, somente for o orgasmo, você não vai aproveitar todas as outras fases que poderão ser muito prazerosas, e que facilitarão o aumento da excitação, que por conseqüência poderá levá-la ao orgasmo.Isto é válido tanto para a mulher quanto para o homem.
Pois a ansiedade é um dos fatores mais determinantes para a impotência ou perda de ereção, assim como para a ejaculação precoce.Então procure viver cada momento da sua relação sexual como único, e esteja o mais presente nele possível. Uma boa transa vale muito mais pela entrega do que por desempenho.
Não há uma performance pré-estabelecida que tenha que ser atingida. Não há que se esquecer que quanto maior for a intimidade entre os parceiros, maior a possibilidade de entrega um ao outro.
Quando o orgasmo é encarado com o objetivo máximo de uma relação sexual, todo o resto, que pode ser muito bom, tende a ser depreciado. E partir de então os problemas sexuais podem aumentar.
Uma vez que por ansiedade cada vez mais pode ocorrer a fixação por desempenho, dificultando os outros momentos do ato sexual, que poderiam ser vividos de forma mais plena.
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