terça-feira, 25 de maio de 2010

FATOS : VLAD TEPES ...



Histórias de Drácula XVIII - Vlad Tepes Perde o Trono

A maioria das atrocidades cometidas por Vlad Tepes ocorreram no período entre 1456 e 1462, quando o soberano estava no poder. Nesse tempo, a Valáquia ainda era um reino da Hungria; teoricamente, Drácula devia lealdade ao Rei Mathias Corvinnus, tanto quanto este devia proteção ao vassalo. Na prática, a postura independente e extremamente agressiva do Príncipe Vlad fez com essa aliança não existisse de fato.
Talvez por isso, o Príncipe não teve como resistir quando um numeroso exército turco invadiu a Valáquia em 1462. Até então, a tática de terror de Vlad Tepes tinha funcionado, e todos os exércitos invasores davam meia volta quando encaravam a floresta de empalados que cercava Tirgoviste! Foi nesse episódio que se conta que a primeira esposa de Drácula teria preferido o suicídio a se entregar aos invasores, jogando-se de um penhasco sobre o Rio Arges. O soberano, então, teria amaldiçoado Deus e sua fé cristã, dando origem às lendas e especulações sobre sua ligação com o demônio...
As histórias contam que foi justamente um pacto com o Coisa-Ruim que garantiu a sobrevivência de Drácula após a derrota de seu exército. O Príncipe teria escapado por uma passagem secreta de seu castelo e alcançado as montanhas. Ninguém sabe explicar direito como Vlad Tepes conseguiu fugir da caçada impiedosa que os invasores lhe impuseram, pois sua cabeça estava a prêmio na Turquia!
O fato é que, com a ajuda do capeta ou não, Drácula matou alguns caçadores de recompensa e conseguiu chegar até o distante Reino da Transilvânia! (que também fazia parte da Hungria, nesse tempo). Entretanto, Vlad Tepes acreditou que estaria a salvo na região onde passou boa parte de sua infância, mas os acontecimentos posteriores iriam provar que ele estava errado... Era o começo do declínio do soberano mais cruel do mundo.

Histórias de Drácula XIX - Uma Temporada na Prisão

Em 1462, as forças de Drácula não foram suficientes para enfrentar o poderoso exército do Sultão turco, que já tinha inclusive tomado Constantinopla, uma importante cidade do mundo antigo. Depois de escapar milagrosamente (ou seria diabolicamente?) pelas montanhas, Vlad Tepes rumou até a Transilvânia e solicitou ajuda ao Império Húngaro, que pelo menos na teoria, deveria proteger os reinos daquela região dos conquistadores orientais.
Qual não foi a surpresa do Príncipe ao ser informado que, além de não receber nenhum apoio, ainda seria preso devido às inúmeras atrocidades que tinha cometido durante seu reinado, muitas delas contra pessoas que tinham bastante influência com o Imperador Mathias Corvinnus! Drácula foi então levado para uma torre-prisão próxima à cidade de Buda (foto), onde passou um bom tempo de sua vida...
Existem muitas contradições nos registros históricos que documentam a passagem de Drácula pelas masmorras húngaras. Para os panfletos russos, o soberano teria passado doze anos trancafiado, enquanto outros estudiosos, como Raymond McNally, afirmam que seu período de cárcere foi relativamente curto, cerca de quatro anos entre 1462 e 1466. Em qualquer dessas hipóteses, o fato mais importante é que, cedo ou tarde, Drácula conseguiu virar o jogo, o que prova mais uma vez a astúcia do homem mais cruel do mundo.
Entretanto, podemos dizer que o período que Vlad Tepes passou na prisão não foi totalmente inútil... Algumas historinhas da Rússia, bastante macabras, contam que, mesmo encarcerado, Drácula não deixou de praticar o seu passatempo favorito. Uma parte de sua comida era utilizada em armadilhas para capturar pássaros, ratos e outros animais pequenos, que eram torturados sem dó nem piedade. Além de não perder a prática, o Príncipe já estava treinando para o momento final de sua vingança!

Histórias de Drácula XX - O Empalador Vira o Jogo

A teoria mais aceita sobre a prisão de Drácula diz que o enorme oportunismo de Vlad Tepes garantiu ao soberano uma rápida passagem pelas masmorras húngaras. Esta versão é amparada pela correspondência diplomática da cidade de Buda nesse período, e mais ainda por um verdadeiro golpe de mestre aplicado pelo homem mais cruel do mundo.
Ninguém sabe ao certo a data, mas o fato é que Drácula se casou com uma nobre da corte de Mathias Corvinnus e com ela teve dois filhos... Algumas fontes afirmam, inclusive, que sua segunda esposa era a própria irmã do Imperador! Esses registros contribuem para garantir que, já no ano de 1466, Vlad Tepes estava solto e muito bem instalado no seio da família real húngara. Afinal, é muito pouco provável que um prisioneiro tivesse qualquer regalia como essa...
Para muitos, um suposto pacto com o Diabo explica tudo. Consta que, exatamente nesse período, Vlad Tepes renunciou à Igreja Ortodoxa para aceitar o Catolicismo Romano dos Reis da Hungria. Outra jogada hipócrita e oportunista! Muitas lendas afirmam que o suicídio de sua primeira mulher fez Drácula renegar Deus, Cristo e tudo o mais que fosse sagrado, e vender sua alma para o Coisa-Ruim... A partir daí, um desejo de vingança ainda mais irracional moveria todos os seus passos!
Um outro fator externo também pode ter ajudado em muito a reabilitação do soberano. Logo depois que Vlad Tepes foi preso, seu irmão mais novo, Radu, "o Belo", assumiu o trono da Valáquia como uma marionete do Sultão turco. Esse acontecimento deixou o Imperador Corvinnus muito irritado, que logo percebeu que Drácula seria a sua única alternativa para a região.
Com atos bem planejados como esses, o Empalador conseguiu pouco a pouco reconquistar a confiança do Imperador e a liberdade. De prisioneiro a membro da família real, sua estadia na Hungria funcionou como o primeiro passo para a reconquista do trono de sua terra amada, a Valáquia.



Histórias de Drácula XXI - O Ladrão e o Soldado


Os anos de cativeiro e a temporada forçada na Hungria não foram capazes de mudar o temperamento de Vlad Tepes, afinal, Drácula não foi considerado o homem mais cruel de todos os tempos à toa... Uma das histórias mais sinistras do Príncipe aconteceu justamente nessa época, um pouco depois de seu casamento com a irmã do Imperador Corvinnus.
Quando Vlad III reconquistou a confiança de todos na Hungria, passou a morar em uma casa na capital, junto com sua nova esposa. A fama de Drácula já alcançava toda a Europa, mas ainda existia gente que desconhecia a crueldade e a personalidade perversa do soberano...
Conta-se, que, certa noite, um ladrão invadiu a residência de Drácula, para escapar de uma fuga. Vlad e a mulher estavam dormindo pesadamente em seus aposentos, e nada perceberam. Um dos oficiais do exército húngaro, entretanto, avistou o ladrão entrando na casa do Príncipe, e decidiu fazer o mesmo... Tola decisão!
Com toda a confusão, Drácula acordou furioso, e imediatamente desceu para ver o que estava acontecendo. Ao chegar no salão principal, o soberano viu que o oficial estava dando voz de prisão ao ladrão... Sem perder tempo, Drácula sacou sua espada e matou os dois homens, sem nenhuma piedade!
Ao ser perguntado sobre o motivo de ato tão bizarro, o Empalador respondeu que um verdadeiro cavalheiro jamais entrava na casa de alguém sem ser convidado, principalmente quando esse alguém era o Príncipe da Valáquia! Se o oficial tivesse seguido as melhores regras de boas maneiras, seria poupado. Como não seguiu, era apenas mais um invasor, que pagou o preço de sua infração...



Histórias de Drácula XVII - O Relato das Testemunhas


Para ilustrar a origem da fama de Vlad Tepes, e como a sua enorme crueldade atingiu proporções continentais, o Vampiromania selecionou dois relatos da época sinistra em que o Príncipe das Trevas governou a Valáquia. Uma prova documental da maldade histórica de Drácula, o soberano mais cruel do mundo!
"Aqui começa a cruel e aterrorizante história de um homem selvagem, ávido por sangue: Drácula, o Calamitoso. Como ele empalava e cozinhava pessoas, e fervia suas cabeças em um caldeirão, e como ele estripava e decepava suas partes como se fosse uma abóbora. Às vezes, Drácula obrigava os familiares a comer parte de seus parentes! E muitas outras coisas horríveis que foram publicadas até mesmo em sua própria terra!"Panfleto assinado por Ambrosius Huber em 1499, acompanhado de uma figura que mostrava uma cena de empalamento.
"Ele esmagava pessoas com rodas de carroças bem carregadas; outras eram despidas e tinham suas tripas arrancadas; algumas eram empaladas ou queimadas vivas como uma tocha humana; outras tinham suas cabeças e outras partes do corpo decepadas; tudo isso para assegurar que nenhuma de suas atrocidades seria esquecida pelo povo. Finalmente, ele assassinava de várias maneiras selvagens, utilizando máquinas de tortura que só podem ser comparadas com os atos dos maiores tiranos de todo o mundo."Relato enviado por Nicholas de Modrussa ao Papa Pio II, em 1464, sobre a morte de quarenta mil pessoas na Valáquia
Foram relatos como esse fizeram a terrível fama de Drácula em toda a Europa. Seus crimes horríveis assustam as pessoas até hoje, e com certeza podem justificar o fato de ter sido ele o personagem histórico escolhido para dar vida ao vampiro mais tenebroso do mundo!



Histórias de Drácula XVI - Os Panfletos Históricos


A maior parte das lendas e histórias conhecidas sobre Vlad III da Valáquia é proveniente dos panfletos publicados na Alemanha e na Rússia após a sua morte, e também da tradição oral do povo romeno. Quanto aos panfletos, eles mostram intenções bem diferentes dependendo da origem, mas tratam de histórias similares, o que aumenta a veracidade das anedotas contadas sobre Drácula até os dias de hoje.
Nessa época, as máquinas de imprensa davam os seus primeiros passos, e a maioria dos folhetos produzidos tinha interesses políticos ou visava o convencimento e entretenimento do povo. No caso de Vlad Tepes, ambas as justificativas foram utilizadas. A popularidade de Drácula era tão grande na Europa que os panfletos sobre suas histórias cruéis continuaram a ser produzidos e distribuídos até trinta anos após sua morte!
Na Alemanha, cujo objetivo maior era a diversão, Drácula era apresentado como um monstro desumano, sádico e insensível, que cometeu as maiores atrocidades que alguém poderia imaginar por simples caprichos pessoais. Os panfletos russos, no entanto, mostram o soberano como alguém cruel mas extremamente justo e preocupado com a lealdade. É preciso notar que a Rússia da época estava sedimentando as bases da autocracia dos Czares, que lutavam (exatamente como Vlad Tepes) pela unificação do país contra o enorme poder dos boiardos, senhores feudais da região, daí o interesse em construir uma imagem positiva para Drácula.
Já a tradição oral do povo romeno apresenta Vlad III como um verdadeiro herói, que defendeu o país contra turcos, húngaros, tribos germânicas e quem mais tentasse invadir a Valáquia. Além disso, o Príncipe também é cantado em verso e prosa como um grande defensor do cidadão comum contra o poder dos senhores feudais, uma vez que suas sentenças sinistras não faziam nenhuma distinção de classe social... Na época de Drácula, o empalamento era para todos!


Histórias de Drácula XV - O Mito do Vampiro

Embora Vlad III Tepes da Valáquia tenha sido o soberano mais cruel do mundo, como provam as histórias horríveis do Vampiromania, nunca ficou muito claro o motivo pelo qual Bram Stoker o escolheu para dar vida ao seu principal personagem. Isso porque, embora o povo da Romênia esteja entre aqueles que mais acreditam nos sanguessugas, o Drácula histórico jamais foi associado pelo seu povo a qualquer tipo de vampirismo.
As explicações mais aceitas hoje dão conta de que o escritor irlandês, embora nunca tenha viajado para a Transilvânia, era muito amigo de um professor húngaro que sabia tudo sobre as maldades de Drácula. Impressionado com as lendas, Stoker teria decidido usar o apelido de Vlad Tepes e um pouco da sua biografia peculiar para compor o vampiro sinistro.
No final do século XIX, período em que Bram Stoker escreveu "Drácula", a região da Romênia ainda vivia uma época quase medieval, repleta de lendas e crenças na existência de vampiros. No século anterior, a Europa oriental tinha vivido a estranha "Epidemia de Vampiros", com casos que ficaram famosos em toda Europa, como o de Paole e Peter Plogojowitz. Além disso, a região da Romênia foi uma das últimas a se livrar da dominação turca. Sem dúvida, o país era um candidato natural para sediar a horrenda história...
A luta sangrenta de Vlad Tepes contra o Império Turco passou de geração para geração na tradição oral do povo romeno, assim como as histórias de vampiro. Entretanto, nenhuma lenda aponta o soberano como um Morto-Vivo; pelo contrário, todas as histórias mostram-no como um herói. Um herói pra lá de cruel, mas herói... Finalmente, ninguém sabe dizer o que fez Bram Stoker mudar a moradia de Drácula da Valáquia para o norte da Transilvânia, e nem rebaixá-lo de Príncipe para Conde. Seja o que for, a estratégia funcionou, pois o Conde-Vampiro se tornou um dos maiores vilões do terror de todos os tempos!



Histórias de Drácula XIV - A Origem do Nome


Todo mundo sabe que o vampiro mais famoso do mundo se chama Drácula, personagem criado pelo irlandês Bram Stoker no livro de mesmo nome. Quem está ligado no Vampiromania também já aprendeu que o escritor provavelmente se inspirou nas lendas do Príncipe Vlad III da Valáquia, o Vlad Tepes (o Empalador), para dar vida ao seu intrigante personagem.
Entretanto, a origem do apelido que tornou o Príncipe famoso em todo o mundo apresenta algumas versões diferentes. Sabemos que o pai de Drácula era chamado de Vlad Dracul, que significa "o demônio", na língua local. Alguns dizem que a origem deste apelido era a extrema astúcia política do soberano. Para outros, entretanto, Vlad Dracul ganhou este título por ter sido nomeado pelo Imperador Sigismundo de Luxemburgo, em 1431, como membro da "Ordem do Dragão", uma sociedade secreta de luta eterna contra os turcos. E a palavra "Drac" também pode se referir a "Dragão", que sempre foi considerado o maior símbolo do Demônio.
Já o filho provavelmente herdou o apelido do pai, adicionando o sufixo "ulea", que significa, em romeno, "filho de". De "Draculea" para "Dracula" foi um pulo... Assim, o apelido mais famoso de Vlad Tepes significa "Filho do Demônio", ou "Filho do Dragão", dependendo da versão escolhida. Outras confusões dizem respeito ao número de Vlad Drácula. Na maioria das vezes, ele é conhecido como Vlad III, mas também são encontradas fontes que apresentam-no como Vlad IV, ou Vlad V... Como a Valáquia teve muitos Príncipes com esse nome, e o próprio Drácula também assinava, às vezes, como Vladislaus, parece estar aí a origem dessas contradições. Seja qual for a verdade, o fato é que Vlad Tepes é considerado até hoje o soberano mais cruel do mundo, não importando número, título ou apelido...


Histórias de Drácula XIII - Uma Páscoa Sinistra


Na última história de Drácula publicada aqui no Vampiromania, vocês puderam conhecer a raiva que Vlad Tepes nutria pela classe dos boiardos, e como o soberano tomava uma resposta qualquer como a base para uma sentença de morte... Mas existe uma versão dessa lenda que é ainda mais aterradora, e afirma que este festival sinistro foi realizado em um Domingo de Páscoa. Depois da pergunta fatídica, que selou o destino dos velhos boiardos que tinham presenciado a ascensão e queda de diversos Príncipes da Valáquia, Vlad Tepes teria poupado os mais jovens, para que estes lhe prestassem um pequeno serviço... Vestidos com suas melhores roupas (afinal, era Páscoa!), todos foram obrigados a caminhar a pé, sem nenhuma parada para descanso, até as redondezas da cidade de Poenari, a mais de 50 milhas de distância!
Muitos morreram durante o trajeto. Lá chegando, Drácula obrigou os jovens boiardos a trabalhar na reconstrução de uma fortaleza que estava em ruínas, nas montanhas próximas ao Rio Arges. Era uma antiga propriedade da família de Vlad Tepes, que tinha sido destruída justamente após a traição dos boiardos e a execução de seu pai e seu irmão mais velho, Mircea, que teria sido queimado vivo neste local...
Os escravos de Drácula trabalharam meses a fio, até que suas roupas se tornaram farrapos. Alguns foram obrigados a trabalhar nus, pois os panos ficaram podres com a sucessão de sol e chuva. Quando o trabalho foi concluído, poucos haviam sobrevivido. A vingança de Vlad Tepes estava completa com o sacrifício dos boiardos e a reconstrução do Castelo de Drácula


Histórias de Drácula XII - O Festival dos Boiardos


A raiva que Vlad Tepes nutria pela classe dos boiardos, os grandes proprietários de terras que dominaram a Valáquia e outros países da Europa oriental durante o período feudal, é confirmada por muitas histórias. Em uma delas, o soberano convidou 500 pessoas muito importantes da região para uma grande festa, que na verdade se revelou uma armadilha tão cruel quanto o Festival dos Mendigos, já relatado aqui no Vampiromania.
Com o salão repleto de convidados, Drácula foi para seu trono e deu ordem para que a música parasse. Todos se voltaram e então o soberano fez uma pergunta para os boiardos: "Meus leais vassalos, quantos Príncipes da Valáquia vocês conheceram pessoalmente?"
Depois de algumas risadas e gracejos, as respostas começaram: "Sete, meu Rei", disse um deles. "Desde seu avô, meu Senhor, eu conheci o reinado de pelo menos 20 príncipes!", afirmou outro, soltando uma gargalhada. "Eu fiz minhas contas e acho que sobrevivi a 30 reinos!", disse um dos mais velhos, cheio de brios. Todos começaram a falar ao mesmo tempo, entre brincadeiras e gritos, sem perceber que a pergunta, na verdade, era um teste de vida ou morte!
Drácula percebeu que o mais jovem deles tinha assistido à ascensão e queda de pelo menos sete Príncipes... Irado, Vlad Tepes interrompeu o falatório e gritou para os convidados: "Idiotas!!! Será que não perceberam que suas respostas são as maiores provas de sua deslealdade?!?!". E continuou: "O que fizeram para ajudar os Príncipes que caíram? Nada!!! Pois saibam que eu serei o último que vocês traidores conhecerão em vida!".
Os guardas de Drácula cercaram todos os convidados, que foram empalados naquela mesma noite! As estacas com os cadáveres foram exibidas durante meses na frente do castelo, para servir de exemplo para os demais boiardos da Valáquia... Com o homem mais cruel do mundo não havia saída: era a lealdade incondicional ou a morte!


Histórias de Drácula XI - As Vítimas de Vlad, O Empalador


O senso de justiça de Vlad III da Valáquia era muito deturpado, e ninguém estava imune aos seus terríveis castigos. Durante os anos do reinado de Drácula, este foi responsável pela morte de milhares de homens e mulheres, jovens e velhos, cristãos e muçulmanos, ricos e pobres, nativos e estrangeiros. Ou seja, a crueldade de Drácula não fazia distinção de cor, credo, idade ou classe social...
Apesar disso, dois tipos de habitantes da Valáquia mereceram atenção "especial" do Príncipe, sendo duramente castigados durante o reinado de Vlad Tepes. Em primeiro lugar, os boiardos traidores, grande proprietários rurais que dominaram politicamente o país por um longo tempo, e eram vistos por Drácula como os maiores responsáveis pela morte de seu pai e de seu irmão mais velho.
Vlad III também é venerado no país como um dos primeiros soberanos que desenvolveram o sentimento do nacionalismo, e muito dessa fama se deve à perseguição implacável que foi imposta aos mercadores estrangeiros que transitavam pela Valáquia e por toda a Europa Oriental naquela época.
Em sua maioria, estes mercadores tinham origem saxônica, e eram vistos pelos nativos como parasitas que se aproveitavam do trabalho duro dos cidadãos de origem românica. Por todos esses motivos, Drácula até hoje é considerado como um dos primeiros heróis nacionais do país, que lutou bravamente contra as invasões turcas e defendeu a soberania da Romênia contra as investidas do império húngaro.


Histórias de Drácula X - Uma Coleção de Atrocidades!


Além do empalamento, marca registrada do soberano mais cruel do mundo, muitas outras formas horríveis de suplício foram utilizadas por Drácula em sua longa carreira de atrocidades. É preciso dizer que a tortura, naquela época, era utilizada amplamente por quase todos os reinos europeus, e por isso mesmo Vlad Tepes precisou se tornar o maior especialista no assunto para ganhar sua fama secular...
O sinistro repertório de Drácula mais parece uma coleção de ferramentas do capeta! Entre seus castigos preferidos, estavam pregos enfiados na cabeça, decepamento de nariz, lábios, mãos, pés, braços, pernas, orelhas, mamilos e órgãos sexuais, estrangulamento, fogueira, extração dos olhos, escalpelamento e arrancamento de pele. Uma lista de embrulhar o estômago.
Outros castigos complexos eram reservados para ocasiões especiais... Algumas das vítimas de Drácula tinham o abdomen perfurado, por onde era puxado, lentamente, o intestino do sujeito, que podia assistir a esse fim terrível. Outras eram colocadas dentro de um sinistro caldeirão de metal, cheio de água, e cozinhadas vivas! E outras podiam ainda ser... Bem, vamos deixar pra lá. Senão, ninguém mais vai conseguir dormir à noite!


Histórias de Drácula IX - O Castigo do Empalamento


Tepes (ou Tsepesh, em romeno), significa "empalamento". Como todos os leitores do Vampiromania já sabem, este foi um dos apelidos mais conhecidos de Vlad III da Valáquia, o Drácula. Esta forma cruel de sacrifício era a preferida do soberano, que parecia sentir um prazer indescritível ao presenciar a agonia de seus condenados...
Descrever este castigo é algo muito, muito desagradável... Normalmente, o infeliz era deitado de costas para o chão, e tinha cada uma de suas pernas amarradas a um cavalo. A estaca era enfiada vocês sabem onde, e a tração dos animais fazia com que sua ponta saísse pela boca do condenado! Para tornar a coisa ainda mais desumana, a ponta da estaca nunca era bem afiada, de modo que a morte acontecia lenta e dolorosamente... A agonia do sujeito podia durar algumas horas, ou mesmo dias!
Após o sacrifício, Drácula fazia questão de fincar na terra a estaca com o cadáver do condenado, e a deixava ali até o apodrecimento do corpo, para que todos se chocassem com aquela imagem horrível. Essa era inclusive uma de suas estratégias de guerra... Conta-se que o comandante Mohammed II, o bravo conquistador de Constantinopla, deu meia volta e desistiu de atacar a Valáquia quando avistou um verdadeiro exército de 20 mil turcos empalados que cercavam Tirgoviste, a capital do país!
Ao todo, Drácula mandou empalar centenas de milhares de pessoas! Somente no ano de 1460, segundo os registros da época, aconteceram mais de dez mil empalamentos na cidade de Sibiu, na Transilvânia. Em 1459, no Dia de São Bartolomeu, trinta mil pessoas sofreram este castigo em Brasov, na mesma região, e as testemunhas afirmam que Vlad, o Empalador, fazia suas refeições tranqüilamente em meio a uma floresta de estacas e gritos assustadores...


Histórias de Drácula VIII - O Festival dos Mendigos


Esta é uma história realmente aterrorizante, a maior prova da extrema crueldade e insensibilidade de Vlad Tepes, o Drácula. O Príncipe da Valáquia tinha convicção de que todos os seus atos contribuíam positivamente para o bem-estar da população de seu reino, e acreditava piamente que somente os preguiçosos, criminosos, desonestos e boêmios poderiam passar por dificuldades na Valáquia.
Em certa ocasião, Drácula foi avisado de que o número de mendigos e leprosos sem-teto estava aumentando consideravelmente na Valáquia. Muitos rumavam para o país devido à fama do soberano, que praticamente assegurava um índice de criminalidade extremamente baixo para a época. Assim, as ruas do Reino de Drácula eram muito convidativas para os vagabundos da época.
Vlad Tepes não gostou nada da novidade, e mandou espalhar um convite para todos os sem-teto da Valáquia: aqueles que estavam passando por dificuldades deveriam se apresentar no castelo real de Tirgoviste, onde o soberano os esperaria para uma grande festa! A notícia correu rápido, e no dia combinado, uma verdadeira legião de mendigos e pestilentos se apresentou para o rega-bofe.
Em um dos salões do castelo, os infelizes foram reunidos para um banquete completo, com muito vinho, muita comida e muita música. Os pobres da Valáquia se fartaram por toda a noite, até que o próprio Drácula apareceu no salão, verificando que todos estavam bem alimentados e satisfeitos. O soberano então perguntou: "O que mais vocês desejam? Querem deixar essa vida de privações, e nunca mais sofrer com a necessidade e a doença?". Para azar dos convivas, todos responderam que sim...
Foi a deixa para Drácula começar o seu festival de horrores. Depois de mandar trancar as portas do salão, uma saraivada de flechas incandescentes deu início a um incêndio de proporções terríveis no local! Ninguém sobreviveu ao fogo... Para Vlad Tepes, sua promessa estava cumprida, uma vez que, do lado de fora do castelo, o soberano tinha a certeza de que o mundo não era um lugar para os doentes, preguiçosos e vagabundos...


Histórias de Drácula VII - A Mulher Preguiçosa


Um dos costumes de Vlad Tepes era sair a cavalo pelas redondezas de seu reino para conferir se tudo estava em ordem... Em um destes passeios, Drácula avistou um pobre camponês trabalhando duro, arando a terra e semeando algumas sementes. As roupas do homem, de tão sujas, gastas e amarrotadas, chamaram a atenção do Príncipe, que parou para saber o motivo de tanto desleixo.
O homem disse que passava muito tempo no campo, onde fazia todas as suas refeições, e só chegava em casa à noite, bem tarde, morto de cansaço. Ele argumentou que não tinha tempo para mais nada, pois de manhã bem cedo a labuta continuaria. Drácula então cofiou o bigode e perguntou ao camponês se ele tinha uma esposa...
O pobre homem respondeu afirmativamente, e então Drácula mandou chamar imediatamente a mulher do camponês. Quando o Príncipe perguntou à moça o que ela fazia durante o tempo em que seu marido estava suando na lavoura, a esposa do sujeito respondeu que suas atividades diárias eram cozinhar, lavar e costurar roupas. Drácula olhou para o camponês e disse para a mulher que a horrível aparência de seu marido contradizia totalmente sua resposta.
Sem nenhuma piedade, Drácula disse que a mulher tinha desperdiçado uma chance de ouro, pois se ele já não admitia a preguiça, a desonestidade então merecia um castigo exemplar. Mesmo sob os protestos do camponês, que se dizia satisfeito com a esposa, a mulher foi empalada na frente de todos! Algumas semanas depois, Drácula "presenteou" o pobre homem com uma nova mulher, que, ciente do aviso do Príncipe, lavava, costurava, cozinhava e deixava a casa do homem como um verdadeiro brinco!


Histórias de Drácula VI - Drácula e a Meretriz


A maioria das lendas afirma a integridade de Drácula e a repulsa que o Príncipe da Valáquia sentia pela esbórnia e por qualquer tipo de libertinagem. Uma delas, porém, conta que certa vez, em um período de depressão, Vlad Tepes ordenou que lhe trouxessem uma prostituta para satisfazer seus desejos em uma noite.
Depois do ato consumado, a meretriz ficou sabendo que o Príncipe não tinha um harém e nem uma esposa, desde o suposto suicídio de sua mulher, alguns anos atrás... A cobiça encheu seus olhos, e ela pensou em um plano para fisgar o soberano. Passados alguns dias, a mulher procurou Drácula e disse que estava grávida!
Vlad Tepes alertou a prostituta que não tolerava piadas de nenhum tipo, e principalmente a desonestidade de homens e mulheres. Apesar da sinistra fama de Drácula, a mulher resolveu sustentar sua história. O Príncipe então convocou as velhas mais sábias da Valáquia e pediu que a meretriz fosse examinada.
Quando foi informado que a história da gravidez não passava de uma mentira, Drácula ficou possesso. Mandou chamar a mulher e decretou: já que ela carregava na barriga algo que lhe pertencia, ele estava decidido a tomar de volta o que era seu! O soberano sacou uma navalha e abriu o ventre da mulher, que de fato não tinha nenhum embrião. Drácula então afirmou que este seria o seu castigo, e a prostituta sangrou até a morte...


Histórias de Drácula V - O Nobre Polonês


Benedict de Boithor, um nobre polonês a serviço do Rei da Hungria, visitou Drácula em Tirgoviste, em setembro de 1458. Durante uma ceia oferecida à tarde, Vlad Tepes ordenou que uma lança dourada fosse apontada diretamente para o peito do enviado real, que ficou muito assustado com a ameaça repentina.
Drácula então parou de comer e perguntou ao polonês o que ele achava que poderia significar uma lança apontada contra o peito de alguém... Benedict respirou fundo e disse que a pessoa ameaçada só poderia ter cometido uma ofensa grave contra o Príncipe, que nesse caso teria mais do que o direito de defender sua honra.
Drácula mandou que a ponta da lança fosse apertada um pouco mais, e disse que era exatamente essa a questão que se apresentava naquela mesa. O polonês então respondeu que o soberano deveria fazer o que achasse melhor, pois ele realmente merecia a morte, mesmo sem saber qual era exatamente o motivo...
Drácula olhou fixamente nos olhos de Benedict e ordenou que a lança fosse retirada. O nobre polonês respirou aliviado quando Vlad Tepes, o monarca mais cruel do mundo, disse que qualquer outra reação de sua parte seria respondida com o empalamento imediato!


Histórias de Drácula IV - O Turbante dos Embaixadores


Esta é uma das histórias mais conhecidas de Drácula, que provavelmente inaugurou um castigo que seria copiado por muitos outros soberanos em todo o mundo, como o Czar russo Pedro, o Terrível. De todas as versões dessa lenda, a mais difundida é contada na Romênia e em outros países do leste europeu, e apresenta dois enviados do Sultão Otomano como as vítimas da maldade extrema de Vlad Tepes.
Quando foram recebidos no Castelo de Drácula, em Tirgoviste, os turcos perceberam que toda a corte da Valáquia retirou seus chapéus quando o Príncipe entrou no salão principal. Mesmo assim, os imprudentes estrangeiros resolveram quebrar o protocolo, respaldados pela suposta imunidade diplomática, além do grande poder que o Império Otomano tinha naquela época.
Drácula ficou furioso com a atitude dos estrangeiros, e caminhou calmamente por todo o salão, verificando que, à exceção dos turcos, todos ali tinham retirado qualquer adorno de suas cabeças. O soberano parou em frente aos enviados e perguntou o motivo de tamanho desrespeito. Um dos estrangeiros respondeu que aquela era uma tradição milenar de seu país, e que não retirava o turbante nem mesmo em frente ao Sultão Otomano.
Drácula perdeu a paciência de vez e afirmou, aos berros, que em primeiro lugar eles não estavam na Turquia, e que tirar o chapéu na presença do Príncipe também era uma tradição milenar da Valáquia... Mais importante de tudo, quem estava ali não era o Sultão, mas o próprio Drácula em pessoa! Enfurecido, Vlad Tepes ordenou que, já que os estrangeiros gostavam tanto de suas tradições e seus turbantes, ele prestaria um favor para eles, pregando-os em suas cabeças!



Histórias de Drácula III - Os Dois Monges


Como já foi relatado aqui no Vampiromania, Vlad III da Valáquia, o Drácula histórico, tinha uma verdadeira obsessão pela honestidade e integridade. Para ele, um mentiroso deveria ser punido com o mesmo rigor que era reservado aos piores criminosos de seu tempo, ou seja: o empalamento!
Certa vez, Drácula recebeu a visita de dois representantes da Igreja Ortodoxa (ou da Igreja Católica, segundo algumas versões da lenda). Temerosos da reação do Príncipe Vlad, seus conselheiros advertiram o monarca de que os religiosos estavam na Valáquia para condenar a crueldade de Drácula, cuja fama, já naquela época, havia se espalhado por toda a Europa.
Ciente da razão da visita, Drácula resolveu testar a honestidade dos monges. A primeira coisa que o soberano fez quando os estrangeiros chegaram foi conduzi-los por um "agradável" passeio pelos campos, onde centenas de cadáveres e esqueletos carcomidos ficavam pendurados nas estacas!
Drácula percebeu que a paisagem terrível abalou os sujeitos, e logo perguntou aos religiosos o motivo da visita. Um dos monges, tremendo de medo, começou a falar que Vlad Tepes era um escolhido de Deus, aquele que punia os praticantes do Mal com um castigo mais do que merecido... O outro monge, porém, se encheu de coragem e contestou o companheiro, afirmando que Drácula deveria se envergonhar pelo excesso de sua crueldade. Os visitantes começaram a brigar, mas o Príncipe logo acabou com a disputa. Como Vlad sabia que o monge medroso estava mentindo, mandou empalá-lo ali mesmo, e condecorou o outro estrangeiro por sua coragem, deixando bem claro, entretanto, que não mudaria em nada sua conduta...


Histórias de Drácula II - O Mercador Estrangeiro


Outra história sinistra fala da honestidade e da astúcia de Drácula. Certa vez, um mercador estrangeiro apareceu em Tirgoviste e, conhecendo a fama de Vlad Tepes, não se preocupou em guardar o seu pequeno tesouro, enquanto passava a noite nas ruas da cidade.
Quando o sujeito acordou pela manhã, percebeu que 160 moedas de ouro estavam faltando. O mercador não teve dúvidas. Rumou para o castelo de Drácula e comunicou o furto de que tinha sido vítima. O soberano ficou irado com a história, e logo ordenou que uma mensagem fosse espalhada por toda a Valáquia: as 160 moedas de ouro teriam que reaparecer no dia seguinte, ou então todos os habitantes de Tirgoviste seriam punidos pelo crime...
Entretanto, Drácula ainda tinha algumas dúvidas sobre a honestidade do mercador, que ele nunca tinha visto antes... E se ele estivesse mentindo para se aproveitar da famosa crueldade do Príncipe? Foi então que Vlad Tepes teve uma idéia. Durante a noite, ele ordenou que 161 moedas de ouro de sua própria fortuna fossem colocadas entre os pertences do estrangeiro. Isto é, uma moeda a mais.
No dia seguinte, a própria população de Tirgoviste, cheia de medo, entregou o ladrão e as moedas roubadas para Drácula. O Príncipe então convocou o mercador e todo o povo da cidade para assistir ao empalamento do criminoso, em praça pública. Para espanto de todos, duas estacas foram preparadas para o castigo...
Quando o estrangeiro chegou ao local da execução, prontamente entregou para Drácula uma moeda de ouro, dizendo que esta havia sido devolvida por engano. Pronto! A dúvida estava desfeita... O Príncipe então mandou o carrasco retirar uma das estacas, e avisou ao mercador que ela estava reservada para ele, se ficasse provada sua desonestidade!


Histórias de Drácula I - A Taça de Ouro


Vlad III, Vlad Tepes, Drácula... O soberano mais cruel de todos os tempos ganhou muitos apelidos em sua passagem pela Terra, justamente pelos métodos extremamente severos que utilizava para punir não só seus inimigos, mas qualquer um que o desagradasse. Vilas inteiras eram castigadas sem dó nem piedade, e muitos dizem que Drácula assistia às torturas mais cruéis como se fosse uma verdadeira diversão!
Aqui no Vampiromania, vamos contar um pouco das lendas e histórias que assustaram toda a Europa, divulgando as atrocidades do Príncipe da Valáquia. Apesar de sua enorme crueldade, Vlad III era considerado um homem honesto, moralista e ordeiro, que punia a preguiça e a luxúria com o mesmo rigor que usava contra ladrões e outros criminosos...
Para começar, vamos relatar a história da taça de ouro, que mostra como o soberano era temido pelo povo, e principalmente pelos criminosos comuns. Muitos historiadores afirmam que, no período em que Drácula esteve no poder na Romênia, raríssimos crimes foram praticados, pois ninguém queria experimentar o gostinho de uma estaca espetada de ponta a cabeça!
Depois de alguns castigos públicos, Vlad Tepes propôs um desafio aos ladrões romenos. No meio da praça central de Tirgoviste, capital da Valáquia, Drácula colocou um pedestal que exibia uma enorme taça de ouro com o seu nome, à exposição de todos, sem nenhuma proteção... Por anos a fio, ninguém tocou na preciosidade, e todo mundo sabia o porquê! O símbolo maior do terror de Drácula durou até 1462, quando correu a notícia de que Vlad III tinha sido derrotado pelos seus inimigos. Os ladrões ficaram aliviados e animados, e a taça não durou nem mais um dia no pedestal...



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