quarta-feira, 26 de maio de 2010

VAMPIROS NA GRÉCIA !!

A Grécia e a sua rica mitologia são um campo vasto para o estudo do fenómeno do vampirismo. As Lâmias, Empusas, Mormo e a própria Hécate são representantes clássicos desse fenómeno e suas histórias se perdem nos séculos.

A Lâmia é um ser vampírico dos mais antigos. Após a perda de seus filhos, Lâmia, uma bela mulher, foi tomada de ódio absoluto e vingou-se de toda a raça humana atacando crianças e sugando-lhes o sangue, história muito similar à de Lilith. Esse espectro feminino também se revestia de sedução. Quando as vítimas eram rapazes, o demónio aparecia como uma bela mulher. A história de Menippus é um bom exemplo.

Ele conhece uma bela moça, em verdade Lâmia, cujo prazer era se alimentar de jovens corpos, com sangue puro e forte.

Apuleio, em Metamorfoses, narra em uma passagem que as feiticeiras da Tessália podiam assumir a forma de qualquer animal. No caso em questão, Telefron, um estudante, tinha sido incumbido da tarefa do guardar um cadáver para que as feiticeiras não dilacerassem com seus dentes a face do morto. A Stringla, uma espécie de vampiro feminino especialista em drenar sangue de crianças, como espírito da noite, vinha e atacava as crianças. A volta do reino dos mortos não era de forma alguma algo desconhecido para os gregos.

O poder do sangue como agente materializador era também por eles conhecido. Ulisses encheu uma cova de sangue para propiciar o aparecimento de Tirésias, um vidente, com sangue fresco nutriu a aparição ajudando-a a adensar-se, e outros espectros lambem se materializaram valendo-se desse sangue. Pausânias, no século II, já mencionava a lei grega que mandava queimar os cadáveres de quem quer que fosse acusado de visitar seus parentes após a morte. A esse solo fértil foi agregada a cultura eslava, que principia por volta do século VI sua entrada na Grécia.

A Grécia conta com inúmeros relatos de atividade vampírica. O vampiro grego mais conhecido é o Vrykolakas. O termo é de origem eslava e possivelmente se refere a algum ritual em que o sacerdote utilizava uma pele de lobo. Bem entendido que, para os gregos, o licântropo não era, de forma alguma, uma novidade.

O Vrykolakas, para os gregos, era o morto-vivo. Tinha a aparência de quando estava vivo, e podia também entrar em corpos de animais ou assumir as suas formas. Por mais que os vampiros do leste europeu tenham uma fama enorme, a maioria dos casos de vampirismo ocorreu na Grécia.

Quem é atacado por um Vrykolakas se torna invariavelmente um deles. O Vrykolakas é um dos vampiros mais vorazes e selvagens, e em seus ataques rápidos e assassinos rasgam a carne com os dentes para se banquetear com o sangue. O nome Vrykolakas talvez também seja uma referência à licantropia. No folclore eslavo, lobisomens se tornam vampiros após a morte. Há referências (escassas, todavia) de lobisomens gregos que se tornaram vampiros (Vrykolakas) após sua morte.

Os Vrykolakas não atravessavam água, por isso muitos foram mandados para ilhas desertas na esperança de que por lá ficassem. Essa prática foi usada em Hidra, Kythnos e Mitilene. “A ilha de Hidra antigamente havia sido infestada por vampiros, e um Bispo se livrou deles ao mandá-los para Therásia, uma ilha desabitada, pertencente ao arquipélago de Santorini, onde eles ainda caminham à noite, mas não podem cruzar a água salgada”. Em outros locais da Grécia, em especial em pequenas ilhas, o vampiro é conhecido como Vurvukalas, Vrukolakas, e os cretenses o chamam Kathakanas.

O Vrykolakas era essencialmente nocturno, mas suas histórias incluem manifestações em plena luz do dia. Sábado era o dia em que o Vrykolakas ficava em sua tumba. Justamente no sábado eram exumados os corpos dos suspeitos. Uma cerimónia de exorcismo era levada a cabo, e o corpo era removido para alguma ilha distante ou queimado.

O Vrykolakas muitas vezes se comporta como um poltergeist, destruindo mobília, produzindo sons e mais inúmeras manifestações associadas. Ele também pode voltar para viver com a viúva, e até mesmo empreender as tarefas mais comuns e tranquilas.

O vampiro grego por vezes visitava a viúva após a morte, e há relatos de crianças geradas desta forma; ele também podia mudar para outra cidade, onde constituía família. Na Grécia, o vampirismo era herdado. Crianças filhas de vampiros poderiam ser vampiros, ou caçá-los.



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