Introdução
O Ocultismo traz consigo a influência das artes mágicas, das religiões de mistério, de muitos deuses e deusas que tanto têm contribuído para que pessoas permaneçam a vida longe do verdadeiro criador e partam desse mundo sem a salvação.
Sabemos que ao arrazoarmos sobre o tema “ocultismo” estaremos despertando a curiosidade de algumas pessoas para fatos e práticas que até então, provavelmente, ignoravam. Não temos como objetivo excitar a curiosidade de alguém na direção do ocultismo, mas alertarmos preventivamente sobre dardos sutis que podem ter atingido a mente de alguma pessoa. Devemos ter presente a admoestação de Paulo em Rm 16.19 – “… quero que sejais sábios para o bem e simples para o mal”. Podemos estar a par das atividades do diabo sem nos deixarmos envolver pela obsessão ou fascinação doentia.
Não temos como nos esquivarmos de que o sobrenatural é realidade. Apesar disso, devemos ser cuidadosos para não considerarmos todos os fenômenos inexplicáveis como sobrenaturais, pois a fraude sempre fez parte desse meio cheio de mistérios!
Podemos incorrer em dois extremismos quando estudamos sobre o Ocultismo; primeiro é não crer na influência diabólica das suas práticas e segundo é crer e desenvolver um interesse mórbido em relação ao Ocultismo.
É diante dessa conjuntura e de tantas conjecturas, que o ocultismo tem ganhando espaços e adeptos, por isso, a importância dessa singela abordagem.
Terminologia
O vocábulo ‘oculto’ deriva-se da palavra latina ‘occultus’ e significa escondido, secreto, obscuro, aquilo que é de falso fundamento, misterioso. São fenômenos que parecem escapar ou escapam ao domínio dos sentidos. A palavra sinônima de oculto é esotérico e está relacionada com a doutrina que se oculta das pessoas em geral e se revela apenas aos iniciados.
O Dicionário de Religiões, Crenças e Ocultismo relata: “Ocultismo é o que está além da esfera do conhecimento empírico; o sobrenatural; o que é secreto ou escondido”. (2)
O termo ocultismo, criado no século XIX pelo francês Eliphas Lévi (Alphonse Louis Constant), designa a série de teorias, práticas e rituais que têm por base conhecimentos secretos e a possibilidade de invocar forças desconhecidas, sejam da mente ou da natureza. A alquimia, a astrologia, a cabala e a bruxaria estão entre as mais antigas formas de ocultismo. O aparecimento de doutrinas ocultas ou esotéricas, que permanecem restritas a um pequeno grupo de iniciados, é uma característica comum a todas as antigas culturas. Com métodos próprios destinados a curar enfermidades, obter determinados bens ou adivinhar o futuro, essas doutrinas pressupõem a existência de espíritos e de forças ocultas que governam o universo. Muitas das formas de ocultismo tiveram origem em religiões secretas, tais como a bruxaria, que reproduzia, na Idade Média, rituais de cultos pré-cristãos. Outras se baseavam em conhecimentos de caráter filosófico, como a astrologia e a alquimia, que se propunham uma síntese de todo o saber.
Origem do Ocultismo
Babilônia, foi o berço do ocultismo, notadamente da adivinhação e dali as práticas se espalharam por toda a terra com a povoação que se espalhava (Gn 11.8,9). Deus frustrou as previsões ocultistas nos dias de Moisés e Arão, quando realizaram sinais diante de Faraó, ao transformar varas em serpentes. A serpente de Moisés engoliu as serpentes dos praticantes de ciências ocultas de Faraó e depois em repetir as pragas sobre o Egito (Ex 7.8-12, 19-22; 8.5-11,16-19; 9.11). Os reis antigos usavam com excesso as práticas ocultistas. Nabucodonozor tomou a decisão de atacar Jerusalém depois de recorrer ao ocultismo (Ez 21.21,22). A prática adotada por Nabucodonozor é conhecida como hepatoscopia (adivinhar pelo fígado do animal). Amã, inimigo dos judeus, pretendeu matar Mardoqueu empregando métodos ocultistas ao levantar uma forca valendo-se de adivinhação ( Et 3.7-9; 9.24,25; Nm 23.23).
Uma abordagem sobre o ocultismo no Egito e na Babilônia
Egito
No Egito o zoormorfismo (deuses em formas de animais) e o antropomorfismo (deuses em forma humana) faziam parte da religião. O Faraó era considerado uma teofania, uma encarnação do deus principal dos egípcios. Desse modo, cria-se que a natureza era regulada pela intercessão faraônica. Na qualidade de deus cabia ao faraó o papel de mediador dos homens perante as divindades, devendo para isso construir templo, residir cultos, organizar ritos funerários, norteado sempre pelos ensinamentos dos deuses.
Em busca da vida eterna, tumbas especiais e pirâmides eram erigidas a cada dia. Ritos, os mais diversos e até macabros, eram praticados para garantir a vida pós-morte. De maneira geral os egípcios eram completamente supersticiosos e todas as sua atitudes giravam em tordo dos auspícios do dia-a-dia. O culto dos mortos era uma prática egípcia das mais importantes, dentre os ritos mágicos. A grande pirâmide de Quéops mostra o quanto os egípcios eram fiéis as suas convicções religiosas.
Entre os egípcios, era comum também a crença de que os astros tinham influência sobre as diferentes partes do corpo. Assim, por exemplo, a cabeça pertencia ao deus Ra; os dentes, à deusa Selk; os joelhos, à deusa Neit; os pés, a Ftá; esses deuses se relacionavam com os astros. Quando alguém ficava doente, invocava-se o deus relacionado com ela. Magia e religião estavam intimamente ligadas no Egito.
Os símbolos ocultistas utilizados na magia eram: a serpente, o escaravelho e a chama. Também a numerologia tinha sua influência na vida, segundo as crenças egípcias.
As estatuas falantes era outra crença egípcia. Acreditava-se que a alma do morto podia ser consultada através de uma estátua. Os deuses por sua vez, também se incorporavam nas estátuas e podiam, assim, ser consultadas. A mais famosa estátua falante foi a de Amom, consultada pelos faraós antes de qualquer decisão a ser tomada.
Babilônia
Os princípios que regeram a formação religiosa do antigo Egito são os mesmos aplicados à explicação religiosa da Mesopotâmia, com exceção de que o rei na mesopotâmia era apenas um escolhido dos deuses enquanto que no Egito esse rei ou faraó era a própria encarnação do deus principal. A ideologia religiosa desse povo envolvia um panteão numeroso de personalidades divinas, governado por deuses arbitrários, bons e ruins. Nesse contexto sociológico erguia-se um complexo sistema de relações, no qual incluía o culto, o exorcismo e a magia. Segundo relação encontrada na biblioteca de Assurbanipal (668-626), em Nínive, mais de 2.500 entidades eram divinizadas pelos mesopotâmicas. Marduk, deus da Babilônia, é elevado a deus principal pelo código de Hamurabi (XX a.C.). A religião de Marduk converteu-se na última das grandes sínteses das correntes espirituais mesopotâmicas. Nesse sentido o sincretismo ganhou importância. A figura de Marduk (Baal ou Bel) tinha dois rostos, correspondendo à sua dupla personalidade, como filho do sol e deus da magia, filho das águas profundas.
Para eles à hora da morte era uma decisão dos deuses. O mundo dos mortos consistia num universo de sombras e trevas que se esvaíam, como uma prisão sem saída.A primeira forma do culto consistia na oração e na liturgia de atendimento aos deuses. Estes como os mortais, deviam comer e beber, dormir e amar. Oferendas diárias deveriam ser oferecidas aos deuses, suas imagens expostas como forma de proteção, seus símbolos usados como sinal de bom agouro.
As rezas e preces, por vezes cantada em coro, expressava a admiração dos celebrantes, exaltava o poder da divindade e suplicava por sua intervenção.
A prática da consulta aos horóscopos é de origem caldaica , mas se tornou popular em toda a mesopotâmia. O horóscopo, sistema que relaciona datas e lugares geográficos à posição dos astros, passou a ser usado para previsões do futuro.
Os babilônicos acreditavam que todo o mal, físico ou psíquico, ligava-se ao pecado ou ocorria por ação de demônios, instigados por feiticeiros.
A prática de exorcismo era uma atividade mágica na religião mesopotâmica. Rezas, penitências, ritos especiais e outras práticas orientadas por sacerdotes eram feitas com o intuito de afastar as forças maléficas e abolir as causas do mal.
Fenômenos e práticas do ocultismo nos dias de hoje
Existem dezenas de práticas e fenômenos ocultistas em nossos dias. Espiritismo, (mediunidade, clarividência, clariaudiência, operações psíquicas), satanismo (magia branca e magia negra, pactos satânicos), adivinhação (do latim ‘divus’, pertencente a deus, significando que a informação recebida provém de deuses e as práticas como cartomancia, quiromancia, pêndulos, mandala, hidroscopia, búzios, tarô, runas, numerologia, bolas de cristal são algumas dessas práticas); Poderes Extra-Sensoriais como: premonição, psicometria, telepatia, levitação; muitos casos de medicina holística (casos de terapia com Florais, aromaterapia, cromoterapia, Reiki, Controle mental, fitoterapia, ioga, cristalterapia, meditação transcendental), talismãs (magia que encanta), amuletos (anéis, figas, patuás, trevo de quatro folhas), ufologia, gnomos, duendes, xamanismo, anjos cabalísticos, fantasmas, benzimentos etc.
Seitas ocultistas
Ao nos referirmos ao ocultismo não estamos tratando de um sistema religioso ou uma organização homogênea. Determinado grupo ou seita pode conter dentro do seu escopo doutrinário ou regras de fé práticas e ensinos extraídos do ocultismo. Existem vários grupos que praticam, explicitamente ou implicitamente, o ocultismo.
Podemos também afirmar que o movimento Nova Era é a veia por onde corre e se desenvolve todo tipo de Ocultismo, um sistema estriba-se no outro e através desse sistema se interligam várias seitas. Indicamos algumas: Ordem Rosa Cruz, Maçonaria, Ciência Cristã, Igreja Universal e Triunfante (de Elizabeth Clare Prphet), Mormonismo (com o Anjo Moroni), Igreja da Unificação (rev. Moon), Igreja Seicho-No-Ie, Igreja Messiânica Mundial, Teosofia, Antroposofia, Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento, seitas afro-brasileiras (Umbanda, Quimbanda, Candomblé, Vodu), seitas espíritas (Kardecismo, LBV, Racionalismo Cristão, Cultura Racional).
Praticantes do ocultismo
Os que se envolvem em tais práticas são adjetivados como: sensitivos, videntes, parapsicólogos, gurus, mestres, babalorixás, ialorixás, benzedeiras, satanistas, médiuns, canalizadores, bruxas. Dentro do ocultismo a pessoa se sente poderosa, dominadora. Ultimamente se tem destacado muito a figura das bruxas. O perfil da bruxa moderna é bastante diferente da imagem que as pessoas costumam ver em histórias de quadrinho com nariz curvo, rosto enrugado, roupa preta e chapéu preto, montada numa vassoura. Hoje elas são elegantes, belas, bem vestidas, atendem em seus apartamentos, cercadas de toda a tecnologia, como computador e telefone celular etc. Fazem cursos que demoram até sete anos. Aconselham geralmente acerca da vida sentimental, profissional e financeira das pessoas que as procuram.
Ao contrário do que muitos intelectuais esperavam, a superstição não findou com o avanço da tecnologia nem com o avanço das ciências físicas. Muitos achavam que o homem moderno não mais difundiria estórias como as da cegonha, fadas etc; que aposentaria suas patas de coelho, figas, fitas vermelhas, ferraduras, arrudas ou as imagens de Buda; que o mês de agosto deixaria de ser azarado; criam que até o temido “mau-olhado” ficaria cego. Contudo, para a decepção geral desses otimistas tem ocorrido o inverso. Milhares de pessoas “intelectualizadas” se envolvem com alguma forma de superstição.
O que diz a teologia cristã sobre o ocultismo
Na Bíblia encontramos cinco categorias de ocultismo, como seja:
1) – Astrologia, o qual afirma que o movimento dos astros determina os acontecimentos bem como o caráter dos homens;
2) – A Magia, a qual confere poder a algum objeto ou pessoa, quer para o bem, quer para o mal;
3) – A Feitiçaria, referindo-se a certas pessoas com poderes não explicáveis pelos sentidos;
4) – A Mediunidade ou Necromancia, que seria a prática da comunicação com os mortos.
5) – A Reencarnação ou à volta a vida em outro corpo.
Refutando esses pontos :
1) – Guarda-te de levantares os olhos para os céus e, vendo o sol, a lua e as estrelas, a saber, todo o exército do céu, não sejas seduzidos a inclinar-te perante eles, e dês culto àquelas coisas que o Senhor teu Deus reartiu a todos os povos debaixo de todos os céus. (Dt. 4:19).
A consulta aos astros é uma pratica ocultista pagã e idólatra. Quando um indivíduo abre um jornal ou revista e procurar se instruir através do horóscopo, essa pessoa está desobedecendo a Deus e praticando o Ocultismo.
2) – “Quando, pois, vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram: Porventura não consultará o povo a seu Deus? A favor dos vivos consultar-se-á aos mortos?” (Is. 8:19).
Há várias maneiras pelas quais o ocultismo pratica a adivinhação. Podemos citar o pêndulo, telepatia (comunicação através do pensamento), bola de cristal, tarô… e outras, como formas de instrumentos de adivinhação.
3) – “Entre ti não se achará… nem feiticeiro” (Dt. 18:10).
Tanto o Velho como no Novo Testamento fazem repetidas referências à prática de feitiçaria e da magia, e sempre que são mencionadas são condenadas por Deus. Cf. Ex. 22:18, Lv. 19:26, Dt. 12:31, I Sm. 15:23, Is. 19:3, Jr. 27:9,10, At. 13:6-10, Ap. 21:8.
4) – “Não se achará no meio de ti quem [...] consulte os mortos; pois todo aquele que faz estas coisas é abominável ao Senhor, e é por causa destas abominações que o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti” (Dt. 18:10-12).
A primeira incidência bíblica do ocultismo mediúnico foi registrada em gênesis três. Lá no jardim do Éden, o diabo usou a serpente como um ‘canal’ para enganar Eva (Gn. 3:1-15; 2 Cor. 11:3; Ap. 12:9). Através da mediunidade, o diabo levou e tem levado o homem a duvidar de Deus, com graves conseqüências espirituais! Significativamente, há razões para crê que a realidade básica da mediunidade sugerida aqui não mudou no que se refere: à origem (o poder maligno); ao seu resultado (ilusão espiritual que destrói a confiança em Deus); e as suas conseqüências (juízo divino, Dt. 18:9-13). (7) “Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios” (I Tm. 4:1). Deve ser por isso que em todas as formas de ocultismo encontramos a figura do médium, avatar ou líder iluminado tendo revelações surpreendentes e com novos ensinamentos transmitidos pelos supostos espíritos de luz.
5 – “E, como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo depois o juízo” (Hb. 9:27).
Praticamente, todas as religiões que derivam do ocultismo ensinam alguma forma de reencarnação, ou seja, que a alma, depois da morte do corpo físico, não entra num estado final, mas volta ao ciclo dos renascimentos.
Conclusão
O Ocultismo, por estar muito divulgado no mundo hoje, mostrando que já não é tão oculto assim, atinge todas as camadas da sociedade e afronta até mesmo o cristianismo. Muitos pensam que muitas das práticas ocultistas citadas nesse estudo não são tão maléficas e podem ser encaradas como algo secular em nosso dia-a-dia, se der certo bem, se não, que mal há? É verdade que na bíblia encontramos alguns sinais miraculosos que foram dados aos servos de Deus, como, por exemplo: a sarça ardente, a coluna de nuvem e a de fogo, Josué e o sol, os magos e as estrelas… Mas é bom notar que todos esses sinais foram dados da parte e da vontade de Deus e não buscados através da especulação dos homens.Quem confia em Deus não precisa de artes mágicas, agouros, comunicação com os mortos, feitiços… pois sabe que a vitória que vence o mundo é a fé em Jesus Cristo e nada mais (I Jo. 5:4).
Quando Deus declara que abomina as práticas ocultistas (Dt 18.12), muitas pessoas tendem a não levar a sério esse alerta bíblico. As conseqüências do envolvimento com o ocultismo podem ser: intranqüilidade, angústias, melancolia, inclinação para o suicídio, sexualidade exagerada com inclinações para práticas de sexo pervertido, raiva incontida, avareza, pavorosas tensões íntimas, pesadelos, depressões, pensamentos terríveis, blasfêmias, aversão à Palavra de Deus, alucinações visuais e auditivas, psicose mística.
Por isso, liberte-se de tudo aquilo que é oculto a Palavra de Deus e saiba que o amor de Deus lhe guardará protegido de todo o mal – “Porque eu estou bem certo de que nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem coisas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:38, 39).
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